Não é como se você
cuspisse marimbondos,
escarrasse na minha cara
e fosse embora
(madrugada a fora),
deitando-se em meio
à qualquer avenida
enquanto espera
um último beijo.
Ou que você surgisse
na porta de casa,
seu corpo, sua alma,
seu sorriso de deusa
(pobre de espírito),
e me pedisse um mimo
em troca do seu
veneno divino.
Nem aconteceu da vida parar
pra gente poder se dizer adeus
(no meio da rua, a noite veloz),
ou de você ameaçar se matar
e ir embora,
seus olhos sujos
sua boca toda borrada de batom.
Não ficamos largados
em meio ao silêncio
(e nunca tivemos segredos).
Torcemos o pano,
mudamos de planos
e houve,
mas não
houve medo.
É que deusas e adeuses
me escorrem
por entre os dedos.
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